Nesta cantiga de amigo de Bernal de Bonaval, a rapariga partilha com uma confidente não identificada o seu desejo de rever brevemente o amigo, de quem lamenta as ausências demasiado longas.
Bernal de Bonaval – “Se vehess’o meu amigo”
Se vehess’ o meu amigo
a Bonaval e me visse,
vedes como lh’ eu diria
ante que m’ eu d’ el partisse:
“Se vos fordes, non tardedes
tan muyto como soedes”.
Diria-lh’ eu: “Non tardedes,
amigo, como soedes”.
Diria-lh’ eu: “Meu amigo,
se vós a min muyt’ amades,
fazede por mi atanto,
que bona ventura ajades!
Se vos fordes, non tardedes
tan muyto como soedes”.
Diria-lh’ eu: “Non tardedes,
[amigo, como soedes]”.
Que leda que eu seria
se vehess’ el falar migo!
E, ao partir da fala,
diria-lh’ eu: “Meu amigo,
se vos fordes, non tardedes
tan muyto como soedes”.
Diria-lh’ eu: “Non tardedes,
[amigo, como soedes”.
vehess’ – viesse; Bonaval – região do norte peninsular de onde era originário o compositor da cantiga; tan muyto - tanto; como soedes – como costumais; ajades - hajais; leda – contente; migo - comigo
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