Imagem: A Cura da Loucura - Extracção da Pedra da Loucura (1475- 1489) – Hieronimus Bosch
Já que a novela que vamos ler este semestre é O Alienista, do escritor brasileiro Machado de Assis (1839 – 1908), comecemos por descortinar o significado da palavra: segundo o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia de Ciências de Lisboa, um alienista é um médico especializado no tratamento de doenças psíquicas, sendo o alienado a pessoa que perdeu a razão ou que tem as faculdades mentais perturbadas. O termo alienado, com essa acepção, encontra-se facilmente nos escritores do século XIX como Camilo Castelo Branco, Eça de Queirós ou Machado de Assis. Como leremos, o alienista de Machado de Assis é alguém que se propõe tratar os loucos.
Ao longo do século XX, devido à influência da teoria marxista - em que o conceito da "alienação" ocupa um lugar central - o termo alienado passa a designar em primeiro lugar uma outra realidade. Marx considerava como alienado o indivíduo que, por razões económicas e/ou sociais, perdera a consciência de si e renunciara à sua liberdade para se tornar num elemento "sem contexto", explorado pela sociedade; por outras palavras, o indivíduo que tinha prescindido da sua individualidade para servir o capitalismo (ou, enfim, para que dele a sociedade capitalista se servisse). É principalmente com esse sentido que o termo alienado se encontra na literatura do século XX, por exemplo em obras de escritores neo-realistas.
Ao alienado chama-se hoje em dia demente, louco, doido, maluco. Esta semana, vamos tentar dar conta, no blogue, de algumas expressões (maioritariamente populares e bem-humoradas) relacionadas com a loucura. Começamos já de seguida.
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