30/11/07

Pequenos Prazeres 1

Texto de: Deckard

Em primeiro lugar, gosto de (jogar) futebol. Mais do que um prazer, é uma relação de amor e de ódio. “Amor”, porque o desporto-rei é uma paixão antiga (desde o famoso Benfica-Marselha de 1990 e a mão do Vata), e também porque adoro jogar com meus amigos. O futebol de rua tem de facto a vantagem de ser mais rápido, exuberante e de raramente acabar em pancadaria. Por outro lado, “desilusão” porque o futebol liberalizou-se em detrimento dos “pequenos” e das selecções nacionais. O mau perder, a falta de fair play, o excesso de mediatização (em Portugal nomeadamente) e o clima de guerra inerentes a este desporto causam-me repulsa.

Segundo prazer: o cinema. Gosto de tudo, sem distinção de género ou de nacionalidade. Identifico-me com os filmes de Sergio Leone, Jacques Audiard, Eric Rochant, Jean-Pierre Melville, Arnold Schwarzenegger (assumo totalmente), François Truffaut, Paul Verhoeven, Stanley Kubrick e muito mais. Todavia, a minha preferência vai para uma forma de cinema popular e exigente, um cinema nem demagógico, nem elitista. O americano Michael Mann, o meu cineasta preferido, corresponde a esta ideia. Tenho igualmente um certo fascínio pelo cinema americano dos anos setenta. Os últimos filmes que me marcaram foram Control, sobre a vida do cantor Ian Curtis, efémero lider do grupo Joy Division, e 7h58, excelente filme policial e ao mesmo tempo uma tragédia familiar.

A lista dos meus filmes é extensa, mas o número um é sem duvida Blade Runner. Obceca-me e creio que não passa um dia sem que eu não pense neste filme. Por isso, considero-o como um prazer à parte. Gosto de tudo desse filme: a história, a música, os efeitos especiais, a actuação do elenco, o ambiente melancólico... Não posso explicitar mais porque a minha relação com esta obra é demasiada íntima.

Outro dos meus prazeres é a música, o rock, a pop electrónica, as músicas do mundo e as músicas de filmes. Sem ser especializado num domínio ou num artista particular, oiço um pouco de tudo, desde Ennio Morricone a Sara Tavares passando por Peter Gabriel, Rodrigo Leão Yann Tiersen e Serge Gainsbourg. Actualmente, não paro de trautear as canções dos grupos Raveoettes e Arcade Fire.

Gosto também de ler, embora faça parte das pessoas que viram mais filmes de que leram livros. Entre os meus autores favoritos, constam Bret Easton Ellis, Franck Miller e Philip K. Dick. Poderia ter citado tambem António Lobo Antunes de quem aprecio o estilo lírico e exigente mas só li quatro ou cinco livros dele. Li ultimamente les Bienveillantes que me “abalou” (no bom sentido). Independentemente da sua densidade e do estilo minucioso e sem concessão do Jonathan Littell, a obra reúne temas que me cativam, como a Segunda Guerra Mundial ou a ambiguidade moral.

3 comentários:

Isabela Figueiredo disse...

Gosto muito de Blade Runner.
Futebol sem pancadaria?! Não é possível.

Unknown disse...

Para informaçao, saiu em DVD e no cinema uma nova versao comemorativa dos 25 anos do filme.

prof disse...

Em Paris, encontra-se em exibição no cinema Reflet Medicis (3, rue Champollion) e não há melhor programa para um domingo chuvoso.